Dia 10 de setembro - Kardec Sebastião dos Santos,Wagner Mota Pereira e Roberto Santos Alvez, catadores de ferro-velho em Goiânia, começaram a desmontar e retirar por partes um aparelho de radioterapia abandonado no prédio desativado de Instituto Goiânio de Radioterapia.
Dia 13 de Setembro - O aparelho, composto por um revestimento de chumbo e blindagem , e uma parte de platina que continha uma bomba com césio-137 para radioterapia, passa pelas casas de Roberto e Wagner, no centro de Goiânia é onde ele começa a ser desmanchado. A cápsula de césio é perfurada.
Dia 18 de setembro - A peça é vendida para um ferro-velho, onde é desmontada a marretadas e o césio é fragmentado e dispersado. Seu proprietário, Devair Ferreira, se encanta com o que encontrou no seu interior, um pozinho azul que brilhava no escuro o césio-137.
Dia 19 de setembro - Devair leva o césio para casa e o material vira atração da família e os amigos. Muitos deles ganham de presente um pó,assim, tragicamente, o césio-137 vai se espalhando. O irmão Ivo ferreira leva um pouco de césio no bolso e sua filha de 6 anos, Leide das Neves ingere algumas.
Dia 22 de setembro - Outro irmão de Devair, Odesson Alvez Ferreira, tem contato com o césio. Ele coloca em sua mão em fragmento do tamanho de um grão de arroz. Na época, Odessom era motorista de ônibus e transportava cerca de mil pessoas por dia. A parte dianteira do ônibus que ele dirigia foi posteriormente destruída e aterrada com o lixo radioativo do acidente.
Dia 28 de setembro - Maria Gabriela Ferreira, esposa de Devair, desconfia dos problemas de saúde da família e leva uma amostra de material, com a ajuda de um funcionário do ferro-velho para a Vigilância Sanitária, que fica sobre uma cadeira. Ao mesmo tempo, médicos do hospital de doenças tropicais, suspeitam que a causa das lesões e radiação, e alertam um físico sobre o caso, que decide investigar.
Dia 29 de setembro - Com um medidor de radiação o físico vai até a Vigilância Sanitária e consegue impedir que bombeiros joguem o material em um rio próximo à cidade. Imediatamente, a secretaria de Saúde do Estado é avisada e técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear chegam à cidade, dando o alerta.
Nos dias subseqüentes, centenas de pessoas são levadas ao Estádio Olímpico para uma triagem e medicação de contaminação. De um grupo de 249 pessoas, cerca de 120 foram descontaminadas e liberadas. O restante,129, passaram a ser monitoradas,. Deste grupo, 79 tinham contaminação externa e 14 já estavam com o quadro clínico muito agravado, sendo removidas para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Neste grupo, estavam as quatro primeiras vítimas fatais do acidente.
Descontaminação
Para descontaminar a área, as autoridades enviam policiais e bombeiros sem nenhuma proteção e sem informação para isolar a área. Muitos deles se contaminam e apresentam problemas de saúde nos anos subseqüentes.
As vítimas da contaminação com o césio-137 têm suas casas e todos os seus pertences, inclusive animais, destruídos e levados para um aterro a céu aberto, na cidade de Abadia de Goiás. Posteriormente os dejetos de Abadia de Goiás foram aterrados.
Mortos
Dia 23 de outubro - Leide das Neves não resiste e acaba falecendo em decorrência da contaminação. No mesmo dia, sua tia Maria Gabriela também morre. Durante o enterro, cerca de 2000 moradores tentaram impedir o enterro já que temiam que o solo fosse contaminado pela radiação presente no corpo das vítimas.
Dia 28de outubro - morrem as outras duas vítimas fatais do césio. Israel Batista, de 22 anos, e Adimilson Alves, de 17 anos, ambos funcionários do ferro velho de Devair, que após o acidente se tornou alcoólatra e acabou falecendo 7 anos depois.
Números:
4 mortos inicialmente
60 mortos posteriormente
628 pessoas contaminadas reconhecidas pelo Ministério Público, entre elas bombeiros, policiais, moradores e agentes sanitários.
60 mortos posteriormente
628 pessoas contaminadas reconhecidas pelo Ministério Público, entre elas bombeiros, policiais, moradores e agentes sanitários.
muito boom !
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